O Prêmio Nobel de 2024 destaca a Inteligência Artificial (IA) como a nova dinamite, trazendo tanto avanços quanto riscos. John Hopfield e Geoffrey Hinton foram reconhecidos por seu trabalho em aprendizado de máquina, enquanto a equipe do AlphaFold, do Google, premiada em Química, previu estruturas proteicas com alta precisão. Daron Acemoglu, vencedor em Economia, critica a ideia de que a IA aumenta a produtividade, apontando para uma expectativa de ganho baixo. O Nobel da Paz foi outorgado à Nihon Hidankyo, que luta contra armas nucleares, enquanto empresas de IA planejam usar energia nuclear para seus datacenters.

Um grupo de pesquisadores, incluindo David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper, foi reconhecido com o Nobel de Química 2024 por sua inovadora ferramenta de modelagem de proteínas que utiliza Inteligência Artificial. Seu trabalho, validado no superlaboratório Sirius em Campinas (SP), representa um avanço significativo na biologia. Com a capacidade de prever estruturas tridimensionais de proteínas com precisão similar a métodos experimentais, essa tecnologia promete revolucionar estudos relacionados a novos fármacos, biocombustíveis e plásticos sustentáveis, acelerando processos que, antes, exigiam anos de experimentação em laboratórios físicos.

O cientista Geoffrey Hinton, ganhador do Nobel de Física 2024, expressa preocupações sobre os riscos da inteligência artificial, diferindo da visão otimista sobre a tecnologia. Hinton, que abandonou cargos devido a questões éticas, critica o subinvestimento em pesquisas de segurança por empresas como a OpenAI. Ele sugere que governos devem forçar grandes companhias a priorizar segurança em suas inovações. Apesar de sua contribuição significativa à IA, Hinton permanece cético quanto à regulamentação eficaz, alegando que a natureza descentralizada das pesquisas em IA torna a supervisão internacional mais complicada em comparação com a energia nuclear.

Os laureados com o Nobel de Física 2024, John J. Hopfield e Geoffrey H. Hinton, foram reconhecidos por suas invenções e descobertas que impulsionaram o aprendizado de máquina através de redes neurais artificiais. O comitê do Nobel destacou como suas contribuições ajudaram as máquinas a imitar funções cognitivas como memória e aprendizado. Hopfield, com 91 anos, criou uma memória associativa para armazenar e reconstruir imagens. Hinton, de 76 anos, desenvolveu métodos autônomos para identificar elementos em dados. Ambos dividirão o prêmio de 11 milhões de coroas suecas, ajudando a moldar o futuro da inteligência artificial.

O Prêmio Nobel, que ocorre há mais de um século, reconhece descobertas científicas que mudaram a vida cotidiana. Entre as inovações premiadas estão as baterias de íons de lítio, fundamentais para dispositivos eletrônicos, e o LED azul, crucial para iluminação eficiente. Surpreendentemente, a vacina de RNA mensageiro, desenvolvida por Katalin Karikó e Drew Weissman, recebeu o Nobel de Medicina em 2023. Além disso, o microscópio eletrônico, a técnica de PCR e as vacinas são destaques. As contribuições desses cientistas revelam a importância da pesquisa científica na luta contra doenças e na melhoria da qualidade de vida.